sexta-feira, 23 de abril de 2010

Os 36 anos da Revolução dos Cravos









As Portas que Abril abriu…





Era uma vez um país
onde entre o mar e a guerra
vivia o mais infeliz
dos povos à beira-terra.
Onde entre vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
um povo se debruçava
como um vime de tristeza
sobre um rio onde mirava
a sua própria pobreza.
Era uma vez um país
onde o pão era contado
onde quem tinha a raiz
tinha o fruto arrecadado
onde quem tinha o dinheiro
tinha o operário algemado
onde suava o ceifeiro
que dormia com o gado
onde tossia o mineiro
em Aljustrel ajustado
onde morria primeiro
quem nascia desgraçado.
Era uma vez um país
de tal maneira explorado
pelos consórcios fabris
pelo mando acumulado
pelas ideias nazis
pelo dinheiro estragado
pelo dobrar da cerviz
pelo trabalho amarrado
que até hoje já se diz
que nos tempos do passado
se chamava esse país
Portugal suicidado.

Ora passou-se porém
que dentro de um povo escravo
alguém que lhe queria bem
um dia plantou um cravo.
Era a semente da esperança
feita de força e vontade
era ainda uma criança
mas já era a liberdade.

*************************
Ary dos Santos
***************************

No Domingo, dia 25 de Abril, comemoram-se os 36 anos da Revolução dos Cravos!
Em Grândola, há um monumento que celebra os 25 anos desta Revolução.

Convidamos todos os que estão a ver o nosso blogue, a irem visitar este mural, que contém a música e a letra da canção simbólica da noite de 25 de Abril de 1974:
"Grândola, Vila Morena"

Sem comentários:

Enviar um comentário